Diversidade é muito mais do que o ato de falar sobre assuntos diversos e que exprimem reflexões, ela é, também, o ato de trazer na prática cotidiana a abertura para as novidades. Pensando nisso, o Portal Diversidade Importa, está iniciando um novo projeto nomeado de Artistas para a sua playlist.
A ideia do projeto é indicar artistas para você inserir em sua playlist e desfrutar da diversidade nas músicas. Incrível, não?
Então, continue a leitura para conhecer a artista de hoje: Luedji Luna!
Quem é Luedji Luna?
Luedji Luna é nascida e criada em Salvador, mas, se mudou para São Paulo. A música sempre esteve presente em sua vivência. O seu pai, Orlando, foi um dos integrantes do grupo musical ‘Raciocínio Lento’. O trabalho de Luedji Luna traz influências de Jazz, MPB e de ritmos afro-brasileiros. Em outubro de 2017 Luedji lançou o álbum “Um Corpo No Mundo”, anos mais tarde, em 2020, no caos da pandemia, a artista lança o álbum visual “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água”.
A cantora e compositora é mãe do Dayo e casada com o rapper Zudizilla. Na 22ª edição do Grammy Latino a artista performou a música ‘Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água’ acompanhada de seu guitarrista e produtor musical Kato Changee. Ela também foi nomeada ao Grammy Latino na categoria de ‘Melhor Álbum de Música Popular Brasileira’. Em 2029, ela cantou ‘Acalanto’ para o projeto ‘COLORS’.
Em suas músicas, um desejo existe: a busca de resgatar a África ancestral.
A música de Luedji é sobre as vivências dela, que não deixa de ir de encontro com outras vivências. De alguma maneira, você não precisa estar inserido no objeto que a música versa, no entanto, você vai ser puxado para a situação.
Se, por um lado, nas letras de suas músicas a religião é muito presente, por outro, assim na sonoridade de cada música é possível ouvir uma diversidade de instrumentos, alguns, inclusive, fazendo alusão aos ritmos africanos ou pontos de Umbanda. O empoderamento tamabém aparece nas músicas, ele é cantado de maneira multifacetada, dentre uma destas faces a violência e a opressão, no entanto, nem por isso o corpo negro é narrado a partir do racismo nas músicas de Luedji. Este não é o marcador de suas músicas. Me parece que Luedji não está interessada em falar dos marcadores de raça, a artista quer atestar a potencialidade e falar a partir do seu, com os seus. O que é ótimo!
Em entrevista ao Portal Geledés, a cantora diz que a inspiração de sua composição para o segundo álbum, por exemplo, é o amor. Na expressão musical de Luedji, você pode encontrar vivências de um corpo no mundo. Um corpo que ora é amado, ora rejeitado, ora quer dançar, ora quer ficar parado, ora quer se divertir, ora quer a sua própria companhia, ora aspira liberdade, ora rejeita o cerceamento. Um corpo em construção no mundo, mundo este que aparenta estar concretizado apenas no ideal de alguns.
É um corpo que narra, a partir de si, a sua andança pelo mundo.
Descrever a artista é uma tarefa emblemática e complexa. Adjetivos cabem à Luedji, mas ela não cabe em nenhum deles. Deixe-me explicar: a própria ultrapassa eles e, ao mesmo tempo, não deixa de tê-los.
Porque bom mesmo é estar debaixo d’água?
Em entrevista ao canal Papo de Música, em Outubro de 2020, Luedji diz que neste segundo álbum, ela está pensando muito no afeto. Nas palavras dela: “[…] eu percebi que estava navegando e mergulhando nestes sentimentos [os afetos]”.
A liricidade da música cantada por Luedji e a caótica energia do mar transparece quando a compositora relaciona desespero com ‘ser levada pelas ondas’. Seja com um pouco de água ou com muita água, você é molhado. O afeto é, em parte, isso: seja em grande ou pouca quantidade, ele te afeta.
A tônica das músicas de Luedji é sentida todas as vezes que você escuta as músicas, todavia, essa tônica é sentida como se fosse a primeira vez a cada novo play.
Sugerimos e indicamos que você adicione a cantora e compositora Luedji Luna em sua playlist. Também deixe aqui o seu comentário, caso você já conheça as músicas de Luedji e comente a sua faixa preferida.
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