A superstar Selena Gomez, lançou ontem, 03/11, o seu documentário: My Mind & Me. A obra é focada na vida por trás das câmeras da cantora, ativista, atriz e empresária. Selena está nos holofotes midiáticos desde os seus sete anos de idade, com Barney e seus amigos. Até hoje, a artista não parou mais.
O documentário se passa nos últimos quatro anos de vida da cantora (2016 a 2020). Neste meio tempo, Gomez lançou um álbum e um EP (Rare e Revelación), voltou nas telas como atriz pelo papel de Mabel Mora em ‘Only Murders In The Building’, foi capa de muitas revistas, abriu sua linha de maquiagem (Rare Beauty), teve a sua vida amorosa duramente exposta, sofreu com a doença autoimune Lúpus, passou por crises de ansiedade, depressão e estresse — resultando em meses de surtos psicóticos —, viajou ao Quênia para visitar projetos de escolas e universidades focadas no ensino de mulheres, teve uma apresentação mundialmente criticada no AMAs em 2019 (American Music Awards), fez 30 anos, realizou a missão de resgatar insumos para países subdesenvolvidos obterem acesso à vacina contra a COVID-19, recebeu um transplante de rim devido ao lúpus, abriu uma empresa focada em saúde mental, conversou com o Presidente dos Estados Unidos sobre a realização de um currículo escolar que tenha matérias sobre saúde mental, aprendeu a cozinhar em seu show ‘Selena + Chef’ e lançou a música My Mind & Me.
O que há por trás do privilégio de ser mundialmente conhecida?
Dirigido por Alek Keshishian, o mesmo diretor de “Madonna: Truth or Dare” e disponibilizado pela Apple TV, o documentário ‘My Mind & Me‘, inicialmente, seria sobre a turnê interrompida “Revival Tour”, de Gomez. Com o cancelamento da turnê e as filmagens realizadas, Gomez e Alek optaram por continuar a filmar e fazer deste conteúdo bruto um documentário potente, profundo, delicado e autêntico.
Com menos de duas horas de duração, o documentário aborda o que Gomez suportou nos bastidores de sua glamurosa vida: as constantes crises de ansiedade em relação ao seu corpo, em relação às duras críticas quanto a sua voz, em relação aos comentários sobre a sua postura, em relação à exibição mediática sobre seu conturbado relacionamento com Bieber, a cantora sofreu crises de depressão, enfrentou o lúpus e descobriu-se bipolar.
Em determinado take, logo no começo, Gomez diz:
“Meus pensamentos tomam conta da minha mente muitas vezes. Dói quando penso no meu passado. Eu quero saber como respirar novamente. Eu amo a mim mesmo? Como eu aprendo a respirar minha própria respiração?”, em tradução.
O documentário não foca em Gomez, apesar de ser sobre ela. A produção faz um movimento muito genuíno de falar sobre Selena e, ao mesmo tempo, apresentar que a vulnerabilidade existe em qualquer campo da existência humana. O que temos, ao final, é a concretização daquilo que as redes sociais, muitas vezes, apaga de nós: pessoas glamourosas, incluindo Selena Gomez, passam por questões das quais todos somos passíveis de sofrer.
Mostrar os seus momentos mais sombrios faz a cantora ressaltar a importância da saúde mental. Selena não está preocupada em evidenciar que “houve uma superação” ou que “tudo ficou para trás”, apesar disso aparecer como razão conclusiva do documentário e deixar claro que ela está em uma outra condição mental (felizmente, melhor). Gomez esclarece:
“Descobri que o relacionamento com o transtorno bipolar e comigo mesma sempre existirá. Farei amizade com ele. Continuarei lutando, mas estou feliz. Estou em paz. Estou brava. Estou triste. Estou segura. Estou cheia de dúvidas. Sou um trabalho em andamento. Sou o bastante. Sou Selena”, em tradução.
A luta da atriz em obter recursos para a desmistificação da saúde mental é uma tarefa que ocorre diariamente. Com o documentário, Gomez quer deixar que pessoas cientes de que o que se passa com ela, também se passa com outras pessoas. O projeto é maior que ela, felizmente e seus demônios.
O documentário pode ser visto pelo serviço de Streaming Apple TV, com dois meses gratuitos para os usuários da América Latina. Com o documentário, Selena e todos que estiveram presentes nele, deixam aberta mais uma lacuna sobre a saúde mental e importância de sua promoção, assim como todos aqueles que lutam diariamente para que a conversa sobre saúde mental seja uma prática contínua em nossa sociedade.
O que você achou do documentário? Você pode conferir o trailer clicando aqui. Deixe o seu comentário aqui no Portal e compartilhe com seus amigos a matéria. Lembre-se: Diversidade Importa!
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